domingo, 19 de dezembro de 2010

Poema Pobre

Eu vi, senti
Cresci sem me explorar
Pensei em ser
Acabei de merecer

Eu fui além
Guardei suas pérolas
Dentro de uma chave
Para nunca mais abrir

Eu quis, chorei
Tentei não me desfazer
E o seu invento
Lutei e fiz morrer

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tanto tempo falta para o Natal. Tenho a sensação que quanto mais proximo o Natal, mais distante ele fica. Passa - se a Pascoa, São João, Copa do Mundo, etc, mas o Natal é sempre o mais esperado e longínquo. É a primeira grande festa que marca o início das férias. Infelismente, para muitos, é só isso, início de férias. Mais uma festa e depois virão outras. Talvez porque tenha todo ano, não sei.
O Natal significa renovação, mas renovar todo ano ninguém deseja. Não com tanta pronfundidade que seria ideal.
Para este natal, desejo - lhe uma boa festa, talvez com a familia, com amigos ou sozinho, em algum canto do mundo. Aliás, muitos passam sozinhos. A presença de alguem não é importante, se ela não mudou você.
Neste Natal, desejo que você mude, que vá e volte diferente, mesmo que ninguém perceba, que seja uma nova percepção de mundo, talvez uma nova nunvem no horizonte, independente de estar carregada ou não, se é grande ou pequena, se esta alta ou mais baixa, se parece - se com outro alguem ou não.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E no jantar

A senhora Munique estava ansiosa. Já tinha arrumado a casa, alias, mandado a doméstica limpar 3 vezes. Pos musica classica na central multimídia da casa. Não que gostasse, mas achou apropriado para a ocasião. Todos estavam muito arrumados. Ela obrigou todos a irem ao cabeleireiro, ficar bem apresentaveis. Menos, claro, a namorada da visita. Estava com roupas casuais, aquelas que as meninas sempre vão para a universidade, que não dão muito trabalho para se aprontar.
A campanhia tocou. Parecia um pouco ofegante. Logo souberam que ele viera andando, morava perto, para espanto dos pais. Seu Antonio, o homem da casa, ficou particularmente perplexo. Achou que era modismo da juventude, que sempre inventa coisas e mais coisas para ser 'diferente'.
  -- Não sabia que gostavam de música clássica.
  -- Não é nada, aqui nos valorizamos apenas a boa arte - respondeu a senhora.
Era mentira, claro. Ela não tinha saco para isso. Alias, o que é boa arte? Arte cara, feita de madeira do outro lado do mundo (sempre) e doses de elitismo? Com tantas horas de treino e nariz em pé, não sei como essa arte ainda pode ser espontânea, ainda ser arte.
Sentaram – se a mesa depois de uma longa conversa na sala, onde os pais sondaram e extrairam tudo que podiam daquele riquinho que namorava sua filha, poxa, que sorte! Bem serviram – se de porco assado, especialidade da cosinheira contratada. Vinho para acompanhar.
Luciana, a namorada, logo ficou farta e desistiu de terminar o prato.
  --Pense em tantas crianças que passam fome filhinha.
  --Em honra, vamos comer tudo e não deixar para elas – respondeu o namorado, que já estava cansado daquilo tudo.

domingo, 24 de outubro de 2010

Dê seu título depois de ler.

Ao andarmos nas ruas, observarmos atitudes tiranas absurdas. Entre religiosos, agnósticos e ateus, o egoísmo delimita. Difícil notar mas, o mundo está perdendo sua espiritualidade.

Espiritualidade nada tem haver com religião. Ela é a relação que temos com a natureza, com nossos próprios sentimentos. É o fato de podermos celebrar a vida, apreciar uma tarde nublada ou um sorriso no canto do rosto. É saber conviver com o simples.

Entretanto, hoje, nossa mente funciona sincronizada com o dinheiro. Até parece lógico, pois quanto mais dinheiro empregando em um ‘bem’, mais aquilo tem que está certo. É assim que nosso cérebro funciona. Não é de se assustar, por exemplo, que atualmente as igrejas que mais crescem são as que pedem mais dinheiro ou quando cientistas levam uma vida em uma pesquisa e se tornam cegos para erros óbvios capazes de derrubar sua teoria.

Gastamos tanto dinheiro somente para podermos gastar mais, que parece impossível sair deste ciclo. Pensando deste modo, um sentimento de posse terrível se constrói. Note um casal. Para de cada um, parece impossível algo acabar depois de tanto tempo (tempo² = dinheiro), um velório só fica bonito cheio de flores, com uma banda tocando e comida em abundância. Como se o morto fosse levantar - se e apreciar tudo.
Chegue a resposta sozinho,  encontre seu jeito de viver desacelerado, ou melhor, acelerando para o rumo certo.
E lembre - se, somos importantes, mas só quando somos um conjunto. Foda - se.

(Tive preguiça de revisar... ta ruim mesmo... =/)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Decidir Poema #1

Como deve ser

Acordar...

Lacrimejar
Olhar com medo
Respirar um pesadelo
Mascarado para proteger os outros
Sobreviver tramando viver

sábado, 16 de outubro de 2010

O Poder da Música


Tune from Csilla Szabo on Vimeo.

O vídeo descreve um pouco do poder da música, como ela contamina e seu poder de influência.
Também mostra injustiças que muitas vezes ilustram esse mundo artístico.

Legendas em inglês, mas nem precisa ler. A imagem se traduz por se só.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E no começo...

Antes de tudo, deixe eu me apresentar:

No começo, era só eu. Meu mundo, era só meu. Tudo era meu. Andava e encontrava tudo o que queria, e tudo era meu.

Mas depois, de tanto andar, subir e descer escadas, quase sempre pulando degrais, encontrei outros, iguais, parecidos e diferentes. Interessante notar, caro leitor, como os jovens sobem escadas. Muitas vezes subimos pulando o primeiro degrau, nunca notando o começo. Alias, nenhum jovem resiste a ânsia de chegar logo ao topo. Quando ficamos velhos, finalmente reparamos no primeiro passo, mas ninguém compreende, pois estamos velhos.

Continuando, já subi e desci várias escadas, abri portas e disse obrigado, e fui obrigado a entrar. Algumas foram trancadas quando entrei, outras antes de entrar. Provavelmente já fui expulso de algumas, mesmo sem notar.