quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Se nossos olhares que se encontram na rua são mera coincidência, acaso rotineiro, que motivos eu teria para falar contigo? "Acredita que o destino nos trouxe até aqui?". Eu não, por isso faço desse mero acaso minha oportunidade, de entropicamente te beijar. E faça-me um bem, e me beije. A maior transgressão desse beijo é que ele não foi previsto por ninguém.

Por Nelson Sant'Ana.

Você sabe que está ficando doido quando seu espirro parece com uma pronúncia esquisita de Nietszche.
NIETSZCHE!
-- Saúde Companheiro.

Indo para assuntos (des)importantes, já notou como a internet nos deixa primitivos?

Pois é, sites focados em compartilhamento (Facebook, orkut, JoinDiaspora...) fazem com você uma coisa muito óbvia, te incluem. Mas inclusão significa, até certo ponto, que sua visão de mundo é compartilhada com o resto de sua comunidade. Enfim, com uma tendência óbvia para a criação de uma só comunidade na internet, sua visão de mundo, para que você esteja devidademente incluído, deve ser próxima da média.

Mas qual a opinião da média? Isso ainda não importa, pois como a rede (ainda mais no Brasil), as idéias ainda tem um conflito considerável. Mas explorando outro ponto, qual o “método”, ou melhor, qual será a maneira que essa “opinião média do grupo” irá se formar? Uma forma de vermos isso é olhando outros países, onde já existe uma maior penetração da nossa querida.

Lá fora, quem ganha é, em parte, o ceticismo. Não importa se são religiosos, ateus, etc, etc. Quem está dominando o detabe, de todos os lados, são aqueles que duvidam mais, quem tem uma capacidade maior de se desprender de suas idéias. Isso é uma simples e pura seleção natural, pois o “internetespectador”, você, acaba, mesmo que inconscientemente, escolhendo o melhor, não por que você quer escolher o melhor, mas por que os melhores argumentos te ajudaram a se integrar no grupo.

Olha outra coisa bonita. Usando uma analogia ruim, a internet é o novo botequim. Como cada um posta o que quer, cada um recebe qualquer resposta também. Quando alguêm posta alguma coisa, com argumentos bons, as pessoas irão se apropriar dos seus argumentos para elas, para que elas possam ter a melhor opinião entre seus amigos. E isso acontece principalmente com idéias novas. A grande maioria das pessoas não tem opinião formada sobre quase nada. Além disso, nossas little friends, as crianças, são quase uma perfeita tábula-rasa.

Indo mais além, para a pré-história, as tribos formadas na era digital tomam decisões compartilhadas, e como cada um aqui tem uma tribo, e o formato tribal garante que se você quer ter voz, não há como se esconder. Claro, você pode se expor como anônimo, mas nem toda tribo aceita anônimo. Exemplificando, quase todo “bloco” ateu é a favor do aborto.

A guerra digital é aberta, como se nossos territórios não tivessem muralhas, fossem apenas códigos tácitos que são facilmente quebrados.

Saindo do assunto, para descontrair, vamos falar de Cavaleiros do Zodíaco. Sabe os cavaleiros de bronze? Eles são considerados menores por que seus poderes vem das suas paixões, que, na filosofia grega, são fraquezas (Lembre-se das estátuas sóbrias, sem expressão). São amantes, sofredores, etc. Os de prata sempre perdem uma batalha pela qualidade que fez deles cavaleiros. Isso nos ensina a numa subestimar a nós mesmo. Os de ouro, mais esquilibrados, são os menos emocionais, são os cavaleiros das falsas impressões. Todos eles são sábios cuja aparência sempre é o oposto de sua personalidade. O Cavaleiro de Touro é o mais bondoso, por exemplo.